Opy (casa de Reza); Kuoray; Neto e as crianças; Xe Jari'i (a matriarca)
Cheguei pela manhã à aldeia e fui muitíssimo bem recebida.
Nos dias que se passaram o contentamento de estar lá é indescritível! Sair para caçar nos grotões da floresta amazônica, pescar e tomar banho de rio são momentos únicos!
O aprendizado que fica não é nenhum pouco acadêmico¹, é acima de tudo pessoal.
Volto transformada, um pouco mais do que pensava, mas muito mais feliz. Respirar melhor.
Engrandecimento, seria essa a palavra. Descobri curiosidades da floresta e principalmente, aprendi o poder da palavra. E o quão importante é a palavra. Falar bem.
A forma de ver a vida, o mundo que se expande quando encontramos outro mundo tão diferente.
É inexpressível tamanha gratidão aos Guarani Mbyá e principalmente algumas pessoas que foram importantíssimas nessa visita.
Poderia dissertar aqui sobre seus costumes, sua língua (que aprendia todos os dias de manhã com as filhas da Divina) e a impressão que tive de seus pensamentos, desprendimentos, mas nada disso faria sentido. Não faria sentido, pois é "só viver para saber". Conhecer para saber fazer².
• Para saber mais sobre a história deles:
MACHADO, Almires Martins Machado. Demarcação e conflitos: de sonhos ao oguatá guassú, a extensa caminhada em busca da(s) terra(s) isenta(s) de mal(es). In: Antropología & Derecho/CEDEAD, 2012.
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¹Digo acadêmico, pois minha visita a eles não foi com a intenção de pesquisa ou algo parecido.
²A importância de conhecer as tradições, usos e costumes de uma determinada sociedade ajuda a compreender melhor os desdobramentos históricos, mas não penso que seja fundamental ater-se a descrição disso. Meu interesse é no plano prático, em que se possa fazer algo as sociedades indígenas. Exemplificando, descrever um ritual não promove nenhuma assistência aos descasos cometidos a essas comunidades, descrever a importância deste para a comunidade, sim.